28 de mai. de 2011

Estudo revela como células 'podem ter vida eterna'

Pesquisadores britânicos anunciaram que a descoberta de como células cancerígenas "conseguem viver para sempre" pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos.
Células
                                           Células são dotadas de uma espécie de cronômetro

    Segundo os cientistas do Cancer Research UK, uma organização britânica voltada para o estudo do combate ao câncer, as células cancerígenas não são dotadas de uma espécie de “cronômetro” que normalmente determina a vida útil das células comuns – por isso eles seguem se reproduzindo indefinidamente. Os cientistas explicaram como a descoberta pode ser útil contra o câncer em um artigo publicado na revista especializada Cell. Segundo os pesquisadores, o "cronômetro" natural poderá um dia ser "instalado" em células cancerígenas, acelerando a sua morte.

Bloqueio

    O processo de envelhecimento celular é controlado por faixas de DNA localizadas no final dos cromossomos. Essas faixas, chamadas telômeros, se tornam mais curtas cada vez que uma célula se divide – e assim sucessivamente até não sobrar nada. Assim a célula "entende" que é hora de morrer.
Mas células cancerígenas são capazes de bloquear esse processo de envelhecimento, pois utilizam a enzima telomerase para reconstruir seus telômeros. Os cientistas, no entanto, já sabiam que esse pode não ser o único mecanismo, já que as células cancerígenas também podem atingir a “imortalidade” sem lançar mão dele.

'Escudo'

     No estudo britânico, os pesquisadores usaram uma técnica denominada imunofluorescência para observar como agiam as moléculas de células cancerígenas. Uma molécula em especial, chamada RAD51D, aparecia frequentemente na região dos telômeros, sugerindo que estava interagindo de alguma forma com o "cronômetro". Ao bloquearem a atividade da RAD51D, os cientistas descobriram que era causado um dano profundo aos telômeros e a outras partes do genoma – sinal de envelhecimento acelerado. A constatação indica que a molécula age como um "escudo" protetor dos telômeros em células cancerígenas, evitando o desgaste natural da estrutura. A equipe de pesquisadores acredita que a descoberta pode abrir um novo caminho para combater até 10% dos tumores. "O câncer tem uma habilidade impressionante em se livrar das algemas do envelhecimento e da morte, o que é um dos motivos por que é tão difícil vencê-lo", disse a cientista Madalena Tarasounas, que liderou o estudo. "Entender como as células cancerígenas permanecem jovens eternamente tem sido objeto de estudo há mais de uma década, então é muito emocionante ter feito essa descoberta", afirmou. "Esse estudo nos dá a possibilidade de tornar as células cancerígenas suscetíveis à morte."

                                  Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/

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